
Por Emanuele Rodrigues
Coletivo de mulheres da Regional Tocantina, realizou uma roda de conversa online em alusão ao “julho das Pretas” e ao dia da Mulher Negra, com a temática: ‘Indentidade e Território, lutas e resistências de mulheres quilombolas do Baixo Tocantins’. O encontro realizado no último dia 24, via plataforma Meet, com parceria com a CESE e Malungo-Pa contou com a presença de mulheres, lideranças quilombolas de comunidades da região de Cametá, Baião e Oeiras do Pará e Mocajuba.
O resgate histórico e memória de Tereza de Benguela, importante liderança quilombola – através do 25 de julho – instituído como dia da mulher Negra e Caribenha, também serve para reconhecer as lutas diárias das mulheres negras e quilombolas. Durante o encontro, houveram trocas de vivências, experiências e relatos acerca do ser mulher e liderança dentro de uma sociedade machista e os papéis ocupados dentro do território. A compreensão e o autoidentificação enquanto mulheres quilombolas e o quanto isso é importante para o enriquecimento do mulherio negro e aumento do protagonismo das mesmas, foi um debate levantado durante a roda de conversa pela liderança Waldirene Cruz, da comunidade de Nova Esperança.
Dentro dessa perspectiva a conexão entre essas mulheres de diferentes comunidades quilombolas, mas com debates e pautas de trabalho tão parecidas ao abordarem temas como a independência financeira, empoderamento feminino, educação, saúde, beleza negra, religião, cultura, cantorias, resgate de costumes e vivências, uso e preservação de recursos naturais durante o encontro reafirma que as mulheres foram e continuam sendo fundamentais para a rExistência dos quilombos.
O incentivo de coletivos ou grupos de mulheres para trabalhar diversas temáticas dentro de cada comunidade auxilia o enfrentamento ao machismo e ao racismo que ainda é sentido e sofrido pelas mulheres quilombolas, bem como o seu empoderamento, foi o que defendeu a vice-presidente da Associação de remanescentes de Quilombo de Igarapé-Preto à Baixinha-ARQIB, Marinilva Martins.
As mulheres que fazem parte do coletivo, receberão cursos e oficinas de Formação de liderança, entre outros para fortalecer os papéis que já vem sendo desempenhado por elas nos territórios.