Por Cristivan Alves
Processo Seletivo Especial (PSE) – Estudantes Quilombolas e Indígenas, fizeram a etapa da prova de redação do PSE 2021-2, para concorrer a vagas na Universidade Federal do Pará (UFPA). O PSE aconteceu ontem domingo, 8 de agosto, de 14 às 18 horas. O PSE existe para estudantes quilombolas na UFPA desde 2012. Nos dias 9 e 11 de setembro acontecerá a etapa da entrevista.
Segundo o Centro de Processos Seletivos da Universidade Federal do Pará (Ceps/UFPA), que é responsável pelo PSE, “foram homologados 282 indígenas e 1.838 quilombolas habilitados a realizar prova de redação”.
A UFPA também diz que: “oferta 336 vagas, das quais 168 para indígenas e 168 para quilombolas, em 84 cursos sediados em oito campi universitários distribuídos em todo o estado do Pará”.

O Processo Seletivo Especial para os quilombolas é um instrumento muito importante para estudantes que lutam por melhores condições de vida nas comunidades quilombolas e por oportunidades no mercado de trabalho, a fim de ter uma vida melhor. A seguir, relatos de estudante que fizeram o PSE 2021 revelam suas perspectivas para a vida pessoal e comunitária.
Para o estudante da Comunidade Quilombola Carananduba, Município de Acará, Magno Nogueira Siqueira, “é muito importante participar do Processo Seletivo Especial, por causa da dificuldade da nossa comunidade passa, que conseguindo acesso ao curso superior, eu posso ajudar no desenvolvimento do quilombo”.
O Estudante da Comunidade Quilombola Trindade 3, Quilômetro 24 da Alça Viária, também do Município de Acará, Abraão conta que pela quinta vez fez o PSE: “É entrar nessa nova rotina, querer estudar e só o estudo dá novas oportunidades que tem para nós no momento, isso é importante para nós que somos jovens”.
A Estudante da Comunidade Quilombola Tapuama do Baixo Acará, Ana Leticia, pela segunda vez participa do Processo Seletivo Especial para quilombolas. Para ela, o objetivo “é buscar um futuro melhor, onde a gente venha ter uma profissão ter uma qualidade de vida melhor”.

Para Coordenadora de Igualdade de Gênero da MALUNGU, Valeria Carneiro diz que: “O processo seletivo especial para os Quilombolas, se soma aos instrumentos de lutas para o movimento quilombola do Estado do Para uma grande conquista que dá início no ano de 2013 quando tivemos os primeiros quilombolas turma a Ingressar”.
Valeria afirma ainda que: “Entendendo as inúmeras dificuldades que nosso povo sempre enfrentou em um sistema de educação que não foi pensado para nós, decidimos reivindicar o ingresso a universidade por um processo diferenciado”.
A liderança quilombola Valeria fala da importância dos quilombolas já formado e sua atuação no Território. Respalda que: “Hoje podemos contar com apoio de vários quilombolas nas diversas áreas, e atuando em seus territórios, somando as nossas lutas”.